
Um dos cenários considerados ideais por dirigentes do PMDB, para acomodar os principais postulantes, seria Renan na presidência do Senado, Jucá na liderança da bancada, Eunício num cargo da Mesa Diretora e Vital na presidência da CCJ. Jucá tem a seu favor a proximidade com o grupo de Sarney, a experiência como ex-líder do governo, a facilidade de comandar negociações e votações no plenário e o bom trânsito com os demais partidos. Para a ala dita independente da bancada, no entanto, esse desenho manteria o controle do partido nas mãos do mesmo grupo que o comanda há 20 anos. O problema é reunir votos para quebrar essa lógica.
A direção partidária quer, primeiro, garantir as eleições de Renan na presidência do Senado e de Henrique Eduardo Alves (RN) na da Câmara. Depois, viriam os outros cargos. E um dos mais importantes é a presidência do partido. Enquanto Temer está de licença para ocupar a Vice-Presidência, a direção está com o senador Valdir Raupp (RO).
No geral, líderes e presidentes partidários pretendem respeitar a indicação que o PMDB fizer para presidir a Casa. Trata-se de uma tradição manter, na medida do possível, a proporcionalidade na ocupação dos cargos. Com 20 senadores exercendo o mandato, o PMDB tem a maior bancada, seguida pelo PT, com 12. Os petistas garantem apoiar qualquer nome escolhido pelo PMDB e que, se for mesmo Renan, não há restrição. O líder do PMDB já obteve até apoio da presidente Dilma, depois que descartou a opção pela disputa ao governo de Alagoas.
Alguns senadores que se reuniram na casa de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) - o único que é oposição ao governo-, avaliam que as acusações contra Renan são recentes e sua eleição voltaria a desgastar o Senado. Os primeiros nomes cogitados foram os de Luiz Henrique (SC) e Ricardo Ferraço (ES). O primeiro não parece disposto a disputar e o segundo é considerado inexperiente para a empreitada. Outros pemedebistas presentes eram Pedro Simon (RS) e Casildo Maldaner (SC). Roberto Requião (PR) foi chamado, mas não pode comparecer.
Estavam, ainda, Cristovam Buarque (DF) e Pedro Taques (MT) do PDT, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e os tucanos Aloysio Nunes Ferreira (SP), Alvaro Dias (PR) e Cyro Miranda (GO). Alguns acham que, mesmo que não tenha concorrente, Renan deve ser questionado sobre as denúncias contra ele. Os que criticam a submissão do Congresso ao governo, como Taques, querem cobrar do candidato posição sobre as relações do Legislativo com o Executivo. Um teste de habilidade para Renan.
Valor Econômico
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