O presidente Barack Obama congelou os bens de sete autoridades russas nos EUA, incluindo os principais conselheiros do presidente Vladimir Putin, pelo apoio ao referendo realizado na Crimea no domingo (16). Obama advertiu que as sanções podem aumentar, de acordo com os desdobramentos da crise ucraniana.
“Se a Rússia continuar interferindo na Ucrânia estaremos prontos para impor mais sanções”, afirmou ele. Obama acrescentou ainda, durante breve comunicado na Casa Branca, que a medida pode ser ponderada, caso haja uma solução diplomática para a crise.
Entre as autoridades que sofrerão sanções estão Vladislav Surkov, assessor de Putin; Sergey Glazyev, também assessor; Leonid Slutsky, deputado estadual; Andrei Klishas, membro do Conselho da Assembleia Federal da Rússia; Valentina Matviyenko, chefe do Conselho da Federação; Dmitry Rogozin, vice-primeiro ministro da Federação Russa; e Yelena Mizulina, deputada estadual.
O Departamento do Tesouro também está impondo restrições a quatro ucranianos – incluindo o presidente deposto Viktor Yanukovych. De acordo com funcionários do alto escalão do governo, há provas sendo levantadas contra indivíduos da indústria de armas e pessoas que eles descrevem como "companheiros" do governo russo na ocupação da Crimeia, que também devem ser alvos de vetos.
Funcionários do governo explicaram que Putin não foi alvo direto das sanções norte-americanas, apesar de ter apoiado o referendo da Crimeia, porque os EUA não costumam começar os vetos pelos chefes de Estado. Mas aos repórteres, essas fontes, que pediram para não serem identificadas, afirmaram que as sanções foram direcionadas a pessoas bem próximas do presidente russo e que os vetos foram “projetados para bater perto de casa.”
União Europeia
O anúncio dos EUA veio logo o da União Europeia. Os ministros das Relações Exteriores da entidade concordaram em impor sanções contra 21 pessoas da Rússia e da Ucrânia nesta segunda, incluindo a proibição de viagens e o congelamento de bens, de acordo com o chanceler da Lituânia, Linan Linkevicius, que postou mensagem em seu Twitter.
Com 97% da Crimeia a favor da união com a Rússia, EUA e Europa estudam punição ao Kremlin
As sanções vieram após reunião de cerca de três horas. Os ministros que se reuniram em Bruxelas, Belgica, não divulgaram imediatamente os nomes dos alvos desses vetos.
Dois diplomatas disseram que as sanções vão atingir 13 russos e oito crimeios. Eles falaram em condição de anonimato, porque a nacionalidade dos alvos das sanções ainda não foi oficialmente anunciada. As 28 nações da União Europeia e dos Estados Unidos disseram que o referendo realizado no último domingo era ilegítimo e inconstitucional.
O presidente Barack Obama disse ao presidente da Rússia Vladimir Putin no domingo (16) que o voto “Nunca seria reconhecido” pelos EUA, e que assim como ele, autoridades da UE advertiam Moscou contra a realização de novos movimentos militares em direção sul e leste da Ucrânia.
A UE está andando em corda bamba entre punir Moscou e manter linhas de comunicação abertas com a Rússia para que haja uma resolução diplomática sobre o caso, uma das piores crises geopolíticas da atualidade. Antes da reunião desta segunda em Bruxelas, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse que as sanções devem “"abrir caminhos e possibilidades para evitar uma nova escalada que pode levar à divisão da Europa."
Crimeia
As sanções eram esperadas após referendo na Crimeia mostrarem que 97% da população apoiavam a anexação da província à Rússia. O parlamento crimeio declarou nesta segunda sua independência. Funcionários do governo disseram que não há evidências concretas de que algumas urnas utilizadas no referendo chegaram pré-marcadas em várias cidades. Eles não disseram, porém, quais são essas evidências.
Os EUA, a União Europeia e outros países disseram que a ação violou a constituição ucraniana e a lei internacional e ganhou espaço por causa da coação de uma possível intervenção militar russa. Putin afirmou que o voto foi legal e em conformidade com o direito de auto-determinação, de acordo com o Kremlin.
"As ações de hoje enviar uma mensagem forte ao governo russo que há conseqüências para suas ações que violam a soberania ea integridade territorial da Ucrânia, incluindo as suas acções de apoio ao referendo ilegal para a separação da Criméia", disse a Casa Branca em um comunicado.
Fonte: Ultimo segundo