Até há pouco tempo, os meros mortais não tinham a menor idéia do que significava a palavra “neutrino”. Mas hoje você não precisa ter o título de doutorado em Física para saber que é o nome a partícula que se tornou em setembro a grande estrela midiática da Ciência em 2011.
Depois de (supostamente) ultrapassar a velocidade da luz, pôr em dúvida a “sagrada” Teoria da Relatividade de Albert Einstein e alimentar a fantasia utópica da viagem no tempo, a revelação feita pelos cientistas doCERN (sigla em francês para Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear) foi sem dúvida a grande vedete do ano que chega a seu final.
Há uma semana, a revista Science publicou a sua tradicional lista dos maiores avanços científicos do ano, mas a famosa experiência com os neutrinos não apareceu em lugar algum. Isso é perfeitamente compreensível, já que grande parte da comunidade científica tem questionado a validade desse resultado e a enorme controvérsia que ainda cerca toda esta questão.
No entanto, apesar de que para muitos cientistas a idéia de que os neutrinos viagem mais rápido que a luz seja até o momento apenas uma suposição duvidosa, é inquestionável que o experimento apresentado com grande alarde pelo CERN foi o acontecimento científico de maior impacto do ano na mídia. Fonte
A esperança da viagem no tempo se debruça em alternativas. Uma delas pertence à teoria da relatividade geral, descrita por Einstein. Ela diz que o espaço e o tempo são dois aspectos inseparáveis do mesmo "meio". Por isso, teoricamente, seria possível dobrar esse meio e unir dois momentos diferentes no tempo, criando o que ficou popularmente conhecido na literatura e seriados de ficção científica como "wormhole", ou "buraco de minhoca".
Entretanto, um novo estudo diz ter acabado esse sonho científico. Segundo trabalho realizado por um grupo de físicos da Universidade de Ciência e Tecnologia Hong Kong, liderados por Shengwang Du , nada pode viajar mais rápido do que a velocidade máxima da luz, o que inviabiliza a hipótese de se viajar no tempo através de mecanismos que superassem este recorde de 300 mil quilômetros por segundo no vácuo.
Esta suposição começou a ser suscitada há 10 anos, quando pesquisadores descobriram a propagação superluminal (mais rápida que a luz) de pulsos óticos em alguns meios específicos. No entanto, confirmou-se que esta detecção era falsa e tratava-se apenas de um efeito visual. Mesmo assim, havia ainda a esperança de que um único fóton pudesse ultrapassar essa velocidade máxima da luz.
Contudo, o grupo de Shengwang Du, foi capaz de separar um único fóton e, com a ajuda de lasers, fazer uma medição inédita da velocidade máxima dessa partícula no vácuo. Demonstrou então que a unidade básica da luz também obedece ao limite de velocidade como as ondas eletromagnéticas e não consegue viajar mais rápido do que a luz no vácuo, respeitando assim a teoria da Relatividade de Einstein.
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