1. O ESTUDO TUSKEGEE
Em 1932, o Serviço Público de Saúde dos EUA lançou um estudo sobre os efeitos da sífilis não tratada na saúde. Eles iludiram 399 homens de descendência africana com a doença afirmando que iriam tratar do seu “sangue ruim” – que era como a sífilis era conhecida na época. Só que os pacientes que estavam sendo “tratados” na verdade não estavam recebendo tratamento nenhum. Eles eram apenas observados enquanto sofriam com a doença. Na verdade, os homens nunca receberam tratamento adequado, mesmo em 1947 quando a penicilina começou a ser usada para tratar a sífilis. Tamanha falta de ética durou 40 anos. Só em 1972, quando um artigo de jornal expôs o estudo ao público que ele foi cancelado.
2. EXPERIMENTOS CIRÚRGICOS COM ESCRAVOS
O pai da ginecologia moderna, J. Marion Sims, ganhou muito de sua fama fazendo cirurgias experimentais em escravas. Até hoje, ele é uma figura controversa. A doença que ele tratava nas mulheres – fístula vesico-vaginal – causava um sofrimento terrível. Basicamente, as mulheres tinham um “rasgo” entre a vagina e a bexiga, eram incontinentes e, por isso, muitas vezes rejeitadas pela sociedade. Porém, Sims realizava as cirurgias sem anestesia, em parte porque ela só foi descoberta recentemente, em parte porque acreditava que as operações não eram “dolorosas o suficiente para justificar o esforço”, como ele disse em uma palestra de 1857. Há também boatos de que as pacientes não tinham autorizado as cirurgias. Embora não haja provas contra ele, especialistas escreveram que Sims manipulava a instituição social da escravidão para realizar experimentações humanas, o que, para qualquer padrão ético, é inaceitável.
3. OS ASSASINATOS DE BURKE E HARI
Até a década de 1830, os anatomistas só podiam dissecar corpos de assassinos executados. Sendo eles uma raridade, muitos anatomistas compravam corpos através de ladrões de sepultura, ou roubavam cadáveres eles mesmos. O dono de uma pensão, William Hare, e seu amigo William Burke, levaram o negócio mais a sério. Eles mataram mais de uma dúzia de hóspedes da pensão e venderam seus corpos para o anatomista Robert Knox, que disse que não sabia sobre assassinatos. Burke foi posteriormente enforcado por seus crimes, e o caso estimulou o governo britânico a amolecer as restrições à dissecação.
4. EXPERIMENTOS JAPONESES
Ao longo dos anos 1930 e 1940, o Exército Imperial Japonês conduziu experimentos atrozes em civis, principalmente na China. O número de mortes brutais desses experimentos é desconhecido, mas cerca de 200.000 podem ter morrido. Entre as barbaridades estavam contaminações por cólera e febre tifóide, e praga espalhadas através de pulgas por cidades chinesas inteiras. Alguns prisioneiros também tiveram que enfrentar um clima extremamente gelado para determinar o melhor tratamento para queimaduras de gelo. Outros prisioneiros receberam gás venenoso, foram postos em câmaras de pressão até seus olhos saltarem para fora e depois foram dissecados vivos. Segundo reportagens, após a guerra, o governo dos EUA ajudou a manter os experimentos em segredo, como parte de um plano para fazer do Japão um aliado na Guerra Fria.
5. EXPERIMENTOS MÉDICOS NAZISTAS
Esses talvez sejam os mais famosos experimentos monstruosos. Josef Mengele, um médico alemão, se é que pode ser assim chamado, realizou experimentos horríveis em Auschwitz na esperança de provar as suas teorias da supremacia racial dos arianos. Muitos morreram em suas mãos. Dizem que ele até guardava os olhos de seus pacientes mortos. Ele testava medicamentos e químicos nos prisioneiros, os forçava a ficar em temperaturas congelantes e a entrar em câmaras de baixa pressão para experimentos de aviação, os submetia a procedimentos de esterilização experimental, entre outras atrocidades. Os seios de uma mulher chegaram a ser amarrados para ver quanto tempo seu filho levava para morrer de fome – depois, ela injetou uma dose letal de morfina no bebê para livrá-lo do lento sofrimento. Alguns dos médicos responsáveis pelas barbaridades foram julgados como criminosos de guerra, mas Josef Mengele nunca foi preso. Ele fugiu para a América do Sul e morreu no Brasil em 1979, de derrame.
Experimentos Biológicos
Os médicos trabalharam em conjunto com os agentes das SS no extermínio promovido pelo estado nazista, atuando como soldados biológicos.
Na época estavam muito em evidência as teses sobre eugenia, ciência que estuda as condições mais propícias ao "melhoramento" da raça humana. Foi em nome dela que os médicos nazistas cometeram várias atrocidades.
Para os nazistas não eram os problemas sociais como as carências econômicas e sociais que causavam a marginalidade dos não-arianos. Ao contrário, a congênita "inferioridade racial" desses indivíduos é que criava tais problemas.
Dessa maneira, definiam as execuções como sendo de caráter humanitário, misericordioso, para aqueles "condenados pela seleção natural".
Como para a medicina nazista a boa saúde era característica da superioridade racial ariana, ela deveria ser mantida a qualquer custo. Por essa razão, de 1933 até o início da guerra os alemães considerados "doentes incuráveis" foram submetidos à esterilização para que o "mal" que carregavam não fosse proliferado.
Entre os "doentes incuráveis" que foram esterilizados estavam, conforme relato de Robert Lifton no livro The Nazi Doctors, "60 mil epilépticos, 4 mil cegos hereditários, 16 mil surdos hereditários, 20 mil pessoas com má formação no corpo, 10 mil com alcoolismo hereditário, 200 mil doentes mentais, 80 mil esquizofrênicos e 20 mil maníacos-depressivos".
Lifton cita em seu livro o caso do médico Eduard Wirths, de Auschwitz, que inoculava o bacilo do tifo em judeus sãos, sob a justificativa de que estes, naturalmente condenados a morrer, poderiam servir de cobaias para testes de vacinas. Muitos morreram em "experiências médicas" que incluíam exposição a alta pressão e congelamento. Para reforçar o caráter médico das execuções, muitas vezes uma ambulância pintada com as cores da Cruz Vermelha acompanhava os assassinatos.
Muitos médicos se destacaram pela crueldade de seus métodos, entre eles Josef Mengele, de Auschwitz, que fazia experimentos genéticos especialmente em gêmeos. Segundo o professor Robert Proctor, autor de A Higiene Racial - A Medicina na Época dos Nazistas, editado pela Harvard University Press, em Cambridge, Massachussets, "o nazismo nada mais é do que a aplicação dos conhecimentos biológicos".
Para ele, tanto a teoria quanto a prática da doutrina nazista tiveram como ponto central a aplicação de uma política biológica.
Fonte: http://migre.me/ajblg
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