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terça-feira, 12 de março de 2013

Marta Suplicy se diz 'indignada' com eleição de Feliciano para CDHM

A ministra da Cultura Marta Suplicy disse ter ficado "indignada" com a eleição do pastor Marco Antônio Feliciano (PSC - SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDHM), na semana passada.

 Em uma conferência sobre soft power no Centro Brasileiro Britânico em São Paulo, a ministra falou em "retrocesso" que seria provocado pela eleição do deputado, que causou polêmica com comentários sobre a população negra e sobre os homossexuais no Twitter. "Fiquei indignada porque nós caminhamos para um retrocesso muito grande nos direitos humanos quando uma pessoa com esse histórico de falas contra os direitos humanos é eleita para presidir uma comissão desse nível de importância para a Câmara e para o Brasil", afirmou. Em sua conta de Twitter, em 2011, o pastor chegou a dizer que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição" e que "africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé". 

Classificado como "racista" e "homofóbico" por movimentos sociais, o pastor afirmou ter sido mal interpretado e fala em perseguição e preconceito por ser pastor evangélico. Em entrevista essa semana, o deputado disse que "não se pode medir um homem com 140 caracteres de Twitter" e afirmou que "nunca praticou violência contra quem quer que seja". 'Mancha para o Congresso' "É uma mancha para o Congresso a eleição de alguém com esse perfil para essa posição", disse a ministra da Cultura, conhecida pela defesa dos direitos LGBT. "Quanto mais ele se explica, mais agride às comunidades, mostrando o quão distante ele está da compreensão do que é presidir uma comissão dessa importância." Na segunda-feira, uma carta aberta assinada por lideranças evangélicas pediu a escolha de um novo parlamentar que possa presidir "a CDHM com a isenção esperada". A carta é assinada por líderes religiosos de igrejas como a Presbiteriana, a Batista e a Assembleia de Deus, da qual Marco Feliciano faz parte. 

O pastor foi eleito por 11 votos na CDHM, um a mais do que o necessário para ser eleito. A comissão é formada por 18 parlamentares, mas somente 12 estavam presentes na votação. Momentos antes, deputados do PT e do PSOL deixarão a sessão em protesto. 

O partido de Feliciano conseguiu maior representatividade na CDHM depois que deputados do PMDB, do PSDB e do PP cederam cinco vagas no grupo a parlamentares do PSC. De acordo com a Agência Brasil, parlamentares ligados à defesa dos direitos humanos buscam meios de anular a eleição. Segundo a deputada Erika Kokay (PT-DF), a concessão de vagas deixou o PMDB, o PSDB e o PP sem representação, o que "fere o princípio da proporcionalidade e a vontade do povo ao eleger seus representantes". No último fim de semana, manifestantes realizaram protestos em diversas capitais do país em protesto contra a eleição de Feliciano. 

Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2013/03/12/marta-suplicy-se-diz-indignada-com-eleicao-de-feliciano-para-cdhm.jhtm

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