O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, leu o seu voto sobre lavagem de dinheiro nesta segunda-feira, dia 10, e condenou nove réus pelo crime - o publicitário Marcos Valério e os seus ex-sócios Ramon Hollembach e Cristiano Paz; além de Rogério Tolentino, Simone Reis, Geiza Dias, Kátia Rabelo, José Roberto Salgado e Vinício Samarane. No entanto, Barbosa absolveu Ayanna Tenório por entender que o plenário já a absolveu pelo crime antecedente.
Durante a leitura da sua decisão, o relator apontou que Valério, acusado de ser o operador do esquema, "mentiu em seu interrogatório" e que "muda de versão conforme as circunstâncias" e os integrantes do "núcleo publicitário" "dissimularam a natureza, origem, localização, movimentação e disposição de valores milionários, bem como ocultaram os beneficiários dessas quantias".
"A lavagem foi praticada pelos réus em uma atuação orquestrada, com unidade de desígnios e divisão de tarefas típicas de crime organizado", declarou.
Sobre as denúncias contra quatro ex-dirigentes do Banco Rural, o ministro apontou 46 operações de lavagem de dinheiro praticadas pela instituição. "Levando em conta apenas o descrito na denúncia, foram identificadas e comprovadas 46 operações de lavagem de dinheiro disponibilizado no Banco Rural."
Barbosa também ironizou a defesa de Geiza Dias, que a classificou como uma "funcionária mequetrefe". Ao citar o depoimento do ex-funcionário do Banco Rural Carlos Roberto Sanches Gondinho contra os dirigentes da instituição financeira, o relator disse que ele tem um testemunho "devastador" e não é um servidor "mequetrefe".
"Tudo que foi exposto demonstra o crime de lavagem de dinheiro. Apenas para reforçar tal conclusão eu cito o devastador testemunho de Carlos Roberto Godinho", disse. "Ele era superintendente de Compliance do Rural. Não se trata de empresário mequetrefe, como se sustentou a outra ré."
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