Muitas “pessoas” descrevem Adolf Hitler da seguinte forma: era um gênio militar movido somente por suas próprias visões de excesso inatingível. Isso é incorreto. Na verdade ele era – esta sim é a maneira correta como ele deveria ser retratado nos livros de história – um tremendo e completo idiota – movido por suas próprias visões de excesso inatingível. Por quê? veja:
Quando os alemães invadiram a União Soviética, uma nova arma era necessária para ajudar os soldados a lidar com as vastas extensões de tundra da Rússia e osmilhões de soldados inimigos que as habitavam – uma arma que poderia levar a precisão, alcance e poder de penetração de um rifle, combinado com a alta taxa de fogo, tempo de recarga rápida, e manobrabilidade de uma submetralhadora.Desenvolvedores criaram então o MBK 42, o primeiro fuzil de assalto do mundo.
Em um determinado momento ele resolveu ouvir a razão e, finalmente, trouxe de volta o projeto, era meados de 1943 e os russos estavam dizimando os alemães ao longo de toda a frente. Se a decisão tivesse demorado mais um pouco, teria sido tarde demais.
A aviação na Segunda Guerra Mundial ainda estava dominada pelas aeronaves de hélice. Esta realidade, porém também estava prestes a mudar. Os alemães inventaram o primeiro avião a jato, chamado Me-262, e poderia ter sido utilizado já em meados de 1943. No entanto, em seus estágios iniciais, o avião foi projetado como um interceptor – um combatente de movimento rápido. E isso faz todo o sentido, visto que a principal vantagem que ele tinha sobre os aviões menos modernos era a sua incrível velocidade.
Mas Hitler não queria interceptores, não era explosivo o suficiente. Ele queria caças-bombardeiros. E assim, todo o projeto foi arquivado. Pelo menos até ele poder ter seus caças-bombardeiros em mãos.
Alguns pontos importantes. Primeiro de tudo, não havia razão alguma para que Hitler impedisse a Luftwaffe de produzir esses modernos jatos, ao invés das porcarias voadoras de hélice que ele tanto queria e que estavam sendo abatidos e chutados do céu com facilidade, mesmo com os seus novos caças-bombardeiros. Afinal, os modelos originais tinham demonstrado ser extremamente superiores aos modelos que os aliados utilizavam. Mas Hitler mais uma vez seguiu o seu próprio caminho. Em um dia claro na primavera de 1945, eles estavam em menor número (10.000-1), e os céus estavam enegrecidos pelos enxames onipresentes de bombardeiros americanos e britânicos. Outra vez, e novamente por muito pouco o Führer se safou.
Hitler não era um estrategista militar, o que provavelmente explica o fato dele ser tãofanaticamente apegado ao seu discurso absurdo “retirada nunca, lutar até o último homem”, obviamente utilizado para fins políticos ou outras coisas ridículas. Então, novamente, você não precisa ser um estrategista militar para perceber que aforça de vontade sozinha não trará nenhum resultado quando colocada em frente a um obus (equipamento de artilharia) em pânico, talvez por isso ele fosse simplesmente insano e idiota.
Hitler estava vivendo em um mundo de fantasia. Ele realmente acreditava que o campo de batalha era um filme ao estilo vida sentimental, onde a honra e a determinação de seus soldados iria leva-los à vitória, mesmo que o inimigo fosse determinado, tivesse muito mais homens e um poder de fogo extremamente superior. Foi ostentando e propagando esse absurdo até mesmo quando os russos começaram a destruir a Alemanha, até deixá-la em pedaços.
Primeiro, em uma chamada para Stalingrado, negou permissão solicitada por Frederich Paulus para lutar pelos flancos contra o cerco soviético, enquanto aslinhas russas eram ainda relativamente fracas. Em vez disso, ele ordenou que ficassem e, como resultado, todo o 6º Exército Panzer foi perdido, assim como toda a esperança de uma vitória alemã.
Mesmo após essa derrota, Hitler parece não ter aprendido a lição. Ele negou, mais uma vez, permissão solicitada pelo alto comando de suas tropas, que queriam retornar e fortalecer a margem oriental do rio Reno, em 1945, além de explodir as pontes, impedindo assim que os aliados avançassem. Esta seria sem dúvida a escolha mais inteligente, mas Hitler enviou a sua já bastante conhecida ordem – “não recuem.” Os Aliados alegremente se aproveitaram da oportunidade, e ordenadamentelimparam uma boa parcela da resistência restante no oeste, tornando o seu trabalho muito mais fácil. Os nazistas, que acabaram por recuar, não tinham nenhuma estratégia real em mente, a não ser correr o mais rápido possível para não serem transformados em alimentos para vermes.
Não muito mais tarde, em Berlim, Hitler conseguiu dar, aos seus comandados, uma de suas mais “geniais” ordens. Obrigou seus homens a manter uma linha indefesa contra os russos ao longo do rio Oder, ao invés de trazê-los de volta para reforçar as defesas internas da própria cidade. Quando os russos chegaram à cidade poucos dias depois, havia apenas cerca de 80 mil alemães para defender o território, sendo que metade eram civis.
Quando você ouve a palavra “Rússia“, a neve deve ser uma das primeiras coisas que vêm à mente. Bem, isso e a vodca de batata, mas a neve sem dúvida está em primeiro lugar. E isso faz sentido, já que o inverno russo é notoriamente violento, além de durar muito mais tempo do que em outros países. Assim, não é preciso dizer que, se você está pensando em invadir o lugar, pelo menos, leve uma jaqueta, algumas ceroulas, ou algo do tipo.
Hitler poderia ter usado esta informação em junho de 1941, quando a invasão da Rússia começou. No entanto, ele sentiu que esses “pequenos mimos” não se faziam necessários para o seu poderoso Wehrmacht. Claro, com sua visão de “gênio”, com relação à superioridade da raça ariana e todos os seus super-homens, era óbvio queuma nova idiotice estava a caminho, e a passos bem largos. Ele sentiu que tudo o que precisava fazer era “chutar a porta da frente e ver toda a estrutura podre ruir.” Ele literalmente pensou que poderia derrubar os russos em menos de um mês ou dois, e que todos estariam de volta a Berlim em setembro, comemorando com um doce a quente chá. Acho que aqui não é necessário mencionar que Hitler era louco certo?
Seis meses depois, os alemães tinham conseguido algumas importantes conquistas, porém o Exército Vermelho ainda não havia sido derrotado. Mas isso estava prestes a acontecer – o front alemão já estava na periferia de Moscou, e algumas posições à frente o observador relatou já ter avistado as torres do Kremlin a partir do seu binóculo. Se Moscou caísse, a Rússia viria logo a seguir. E se a Rússia caísse, o resto dos Aliados viria logo a seguir. O destino do mundo estava em jogo.
Mas, então, o avanço das tropas foi interrompido. Por quê? O Velho Inverno. Os alemães foram imperdoavelmente despreparados para o frio rigoroso do norte da Rússia – tanques congelaram em suas trilhas, homens congelaram durante o sono, linhas de abastecimento atoladas, e toda essa confusão acabou causando uma parada brusca na batalha por quatro meses. Enquanto isso, a situação também estava difícil para os russos, no entanto as linhas de abastecimento deles eram muito mais curtas, e eles tinham a vantagem de estarem lutando em sua terra natal, ou seja, os russos usaram a trégua na luta para se recuperar, tanto quanto fosse possível.
Na Primavera de 1942, quando os alemães finalmente tinham conseguido renovar sua ofensiva, já era tarde demais – os russos haviam se recuperado o suficiente durante o inverno, e se mantiveram assim ao longo do ano. Após esta incrível virada de jogo, os alemães nunca mais reconquistaram a iniciativa no leste. Tudo isso graças ao inverno, que os manteve fora de Moscou.
Claro que neste episódio também não poderíamos deixar de citar mais uma vez a importante contribuição do “genial” Führer, que simplesmente ignorou o rigoroso inverno da Rússia.
O exército alemão na 2ª Guerra Mundial foi responsável por um panteão inteiro dedescobertas revolucionárias, como o fuzil de assalto, avião a jato, e sim, até mesmo mísseis balísticos. Todas estas invenções são utilizadas ainda hoje, sete décadas depois, claro que com muitas modificações. Se levarmos isso em consideração, fica fácil imaginar como estes equipamentos teriam sido de valor e reforço inestimável para os alemães na década de 1940, isso se toda essa evolução bélica tivesse sido colocada nas mãos certas.
Infelizmente, para os alemães, elas foram colocadas sob a supervisão de Hitler. Nós já abordamos aqui como este gênio minou o gigantesco potencial de ambos os projetos, o rifle de assalto MP43 e o caça Me-262. Mas agora ele tinha em mãos algo muito mais poderoso, a incrível tecnologia de mísseis balísticos, porém mais uma vez ele simplesmente jogou tudo fora, “mijou fora do penico”. Mas como? Como pode um sujeito não aproveitar a capacidade de destruir seus inimigos sem precisar sacrificar seus soldados, apenas controlando o ataque de uma torre de controle a uma centena de quilômetros ao leste?
Bem, para começar, você não pode usá-lo contra formações inimigas, tropas, linhas de abastecimento ou outros alvos militares que estejam devidamente preparados para a defesa, em vez disso, é utilizado contra populações civis, primeiro pelo fato do alvo estar longe o bastante, segundo por terem a certeza de que este local não terá meios tecnológicos suficientes para intercepta-los. Foi exatamente isso que Hitler fez. Ao invés de atacar a Rússia ou os soldados americanos que estavam localizados ao longo das fronteiras da Alemanha, Hitlerpensou que seria uma boa ideia enviar os foguetes para Londres, onde foram, ouimediatamente abatidos com facilidade pela RAF (esquadrão britânico), ou simplesmente explodiram no telhado de alguém apenas incomodando a brigada de incêndio. Mais uma genialidade do Führer.
Não ouvir os seus generais é um desperdício. Qual o motivo para tê-los se você não confia neles para liderar as tropas por conta própria? Talvez, apenas talvez, eles saibam um pouco mais de estratégias militares do que você, pois trabalharam muito duro, investiram anos de suas vidas, e principalmente, tinham o talento e inteligência necessária para se tornar um verdadeiro e general!
E a questão é – Hitler deu ouvidos aos seus generais no início. A França, por exemplo, caiu quando Field Marshall Rundstedt brilhantemente rasgou através dafloresta das Ardenas e circulou em torno da linha Maginot. Muitas pessoas atribuem esse movimento a Hitler, quando, na verdade, foi orquestrado por seus comandantes, que trabalharam de forma brilhante – A França caiu sem muita luta, e estabeleceu-se por muitas décadas como “covarde”.
Mas, como a guerra avançava cada vez mais, e Hitler crescia menos a cada dia, eficava menos confiante na capacidade da Alemanha de ganhar, ele então começou a controlar cada aspecto de cada frente dos seus exércitos. Tenha em mente que ele não era um estrategista militar, então sua microgestão não ajudou em nada.
Mas não foi só sua microgestão – ele não deu ouvidos aos seus generais, quando pediram permissão para fazer as coisas certas – que uma pessoa insana como ele jamais pensaria em fazer. Como proteger a Normandia – O General Erwin Rommelsugeriu que os Aliados atacariam a Normandia ao invés de Calais e, pensando nisso, ele queria mover suas tropas para o norte com o objetivo de combater o ataque. Hitlerse recusou, porque ele pensou que o verdadeiro ataque ainda estava por vir, apesar de centenas de milhares de tropas aliadas já terem desembarcado em terra. Em um determinado momento ele finalmente resolveu ouvir os generais que ele mesmo havia designado, porém já era tarde demais. A França estava perdida.
Goering, assim como Hitler, tinha exatamente zero de experiência de comando. Então, quando chegou a hora e Hitler ordenou-lhe que fizesse com que a Inglaterra ficasse de joelhos nos céus, Goering estragou, literalmente, todas as chances que tiveram. Ele trocou os objetivos com muita frequência, em vez de se concentrar em uma única aldeia ou estação de radar até a sua destruição. Isso permitiu que os britânicos tivessem tempo de reparar quase todos os danos que a Luftwaffe havia conseguido fazer.
Mesmo quando a lista de baixas havia sido montada, e até mesmo quando os britânicos começaram a superar os alemães (devido à capacidade referida de reparar aviões derrubados de ambos os lados e enviá-los para lutar novamente pela RAF), Hitler nem se quer pensou em tirar Goering de seu comando, ao invés disso contratou um estrategista. Como resultado, a Inglaterra venceu os alemães, e se manteve viva na guerra. E isso nos leva ao próximo ponto …
Uma das coisas que a Alemanha fez na Primeira Guerra Mundial, foi transforma-la em uma guerra de duas frentes, este era um cenário que Hitler pretendia evitar a todo custo. Infelizmente, sua vontade de invadir a Rússia era maior do que qualquer coisa.
Acabamos de falar sobre a Batalha da Grã-Bretanha, que foi uma luta que Hitlercomeçou em uma tentativa de colocar a Inglaterra (o último dos Aliados ocidentais)de joelhos para que ele pudesse se concentrar em seu principal objetivo – a Rússia. Mas na verdade a Inglaterra venceu a batalha. O que Hitler deveria ter feito era aprender com os erros que foram cometidos, colocar no comando do ataque uma liderança melhor, ou talvez treinar a Luftwaffe para atacar a RAF, assim ele poderia ordenar uma invasão surpresa por terra. Ele deveria ter perseverado até ter a certeza que a Inglaterra estava completamente fora da luta. Mas em vez disso ele decidiu seguir em frente e invadir a Rússia a qualquer custo. A Inglaterra pode ter vencido a batalha, mas isso não quer dizer que ela significava uma ameaça séria para aAlemanha no continente europeu. Essa situação teria sido resolvida se a batalha tivesse continuado.
O seu brilhante plano, mais uma vez, não deu certo – A Rússia não caiu, e a Inglaterra ficou mais forte. Em outras palavras – Hitler levou a Alemanha para uma legítima guerra de duas frentes. Novamente.
Quando o Japão atacou os Estados Unidos em dezembro de 1941, Hitler seguiu através de seu acordo Tripartite, e declarou guerra à América também. Este foi um movimento idiota. Por um lado, ele não tinha sequer reputação para defender – ele regularmente assinava contratos com os países para depois apunhala-los pelas costas. Então honrar um compromisso que ele havia feito com o Japão não interessava a ninguém.
Mas, claro, Hitler não sabia que a América poderia transformar seu exército fraco em um rolo compressor colossal militar do tipo que o planeta nunca tinha visto, não é? Então você não pode culpá-lo por ter pensado “eles não significam uma grande ameaça” da América, da mesma forma que ele fez com a Inglaterra e com a Rússia.
Se bem que ele tinha motivos para pensar desta forma. A América não era exatamente uma nação do terceiro mundo, mesmo em meio à Grande Depressão. Ela ainda tinha uma força industrial tremenda, e um conjunto de recursos gigantesco para alimentá-la. Sim, o contingente de militares era tão pequeno como nunca tinha sido até o momento, mas apesar disso os EUA se transformaram em uma verdadeira máquina de guerra, combinando o marketing político com a propaganda, desta forma saiu com uma enorme vantagem militar.
Em outubro de 1942, Hitler mudou um pouco os objetivos para o Grupo de Exércitos do Sul, na Rússia. Seu destino original era os campos de petróleo do Cáucaso ao sul da Rússia continental. Se capturadas, as gigantescas reservas de petróleo iriam transformar a economia da Alemanha já formidável em um império. No entanto, a cidade de Stalingrado (hoje Volgogrado), o último bastião das tropas russas na frente oriental, não estava muito longe de ser conquistado. Hitler decidiu então abater dois pássaros com um tiro só: desviou uma grande fatia do Grupo de Exércitos do Sul para capturar Stalingrado, assim todos estariam em casa até o Natal.
Infelizmente, e esta parece ser a sina de Hitler, seu alvo não cedeu à derrota tão rapidamente ou tão facilmente como ele pensava que seria. O exército russo teve 69 baixas importantes na batalha, mas eles defenderam sua terra e não entregaram a cidade. Ao invés de Hitler ordenar a volta dos seus homens para capturar a mais importante região do Cáucaso, com planos de retornar a cidade, uma vez que houvesse se refortalecido, Hitler na verdade decidiu tirar outra parte do seu exército que estava no Cáucaso e os enviou a Stalingrado. Isso não ajudou em nada – os alemães não conseguiram derrotar o exército russo. A obsessão de Hitler por Stalingradocustou-lhe caro, pois perdeu o já praticamente conquistado Cáucaso, que deveria ser desde o início seu principal objetivo.
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