Em termos de evolução, a espécie Homo sapiens é extremamente bem sucedida. As populações de outras espécies posicionadas semelhantes a nós na cadeia alimentar tendem a chegar, no máximo, na casa dos 20 milhões.
Nós, pelo contrário, levamos apenas 120 mil anos para alcançar o nosso primeiro bilhão de membros, e, em seguida, precisamos de apenas outros 206 anos para adicionar mais 6 bilhões. De acordo com a Divisão de População das Nações Unidas, a nossa população vai chegar a 7 bilhões em 31 de outubro, e, embora as taxas de fecundidade começaram a declinar em grande parte do mundo, ainda estamos projetados para alcançar 9 bilhões em meados do século, e nos estabilizar em cerca de 10 bilhões até 2100.
E quais os impactos dessa explosão da população humana? Confira cinco mudanças marcantes que você, seus filhos ou seus netos podem esperar para ver ainda esse século.
1 – TROCAS EM POPULAÇÃO
Atualmente, é fato bem conhecido que a China é o país mais populoso do mundo, e que a África, embora repleta de problemas, não é necessariamente superpovoada considerando seu tamanho. Esses fatos vão mudar drasticamente.
A política chinesa do filho único restringiu significativamente seu crescimento, enquanto que, em alguns países africanos, a média das mulheres dá à luz a mais de 7 filhos.
De acordo com o biólogo Joel Cohen, a população da Índia vai superar a da China por volta de 2020, e a da África subsaariana alcançará a da Índia em 2040. Além disso, em 1950, havia três vezes mais europeus do que africanos subsaarianos. Em 2100, haverá cinco africanos subsaarianos para cada europeu. Essa é uma mudança de 15 vezes na relação da população, que pode ter um impacto geopolítico e sobre a migração internacional.
A migração de pessoas da África para a Europa pode apresentar um grande desafio nos próximos anos. Pode ser um potencial enorme do ponto de vista europeu, ou pode ser visto como uma ameaça. Como o mundo vai gerir a imigração para que o continente europeu ainda tenha benefícios enquanto a administra vai ser uma grande questão.
2 – URBANIZAÇÃO
Globalmente, o número de pessoas vivendo em áreas urbanas alcançou e ultrapassou o número de pessoas vivendo em áreas rurais em algum momento nos últimos dois anos.
A tendência vai continuar. O número de pessoas que vivem nas cidades vai subir de 3,5 bilhões hoje para 6,3 bilhões em 2050. Esta taxa de urbanização é equivalente a construção de uma cidade de um milhão de pessoas a cada cinco dias, a partir de agora, para os próximos 40 anos.
É claro, novas cidades não tendem a ser construídas; em vez disso, as cidades que já existem tendem a “lotar”. As megacidades se tornarão ainda mais caóticas – o que pode gerar novos conflitos. Quando você vive em pequenas cidades e áreas rurais, existem todos os tipos tradicionais de resolução de conflitos – uma espécie de equilíbrio estável. Com as megalópoles que se vê agora na África, como Monróvia (Libéria) e Kinshasa (República do Congo), vemos cidades onde a dinâmica não está mais sob controle. Ou seja, podemos estar indo em direção a novos tipos de conflitos – conflitos urbanos – e o mundo ainda não pensou nas consequências disso.
3 – GUERRA PELA ÁGUA
Não só a população humana explodiu nos últimos dois séculos, mas o consumo de recursos por pessoa – especialmente em nações industrializadas – tem crescido exponencialmente.
Os cientistas acreditam que a escassez dos recursos irá causar uma escalada de conflitos durante este século, ampliando o abismo entre ricos e pobres – os que têm e os que não têm.
Nenhum recurso é mais precioso e vital que a água, e, segundo o economista Jeffrey Sachs, já existem partes do mundo que, por causa do clima em rápida mutação, estão em um ponto de crise grave. A população da Somália, por exemplo, aumentou cerca de cinco vezes desde meados do século 20, e a precipitação diminuiu cerca de 25% no último quarto de século. Há uma fome devastadora após dois anos de completo fracasso das chuvas.
Conflitos sobre a escassez de água provavelmente se desenvolverão em luta de classes. A desigualdade da riqueza tende a crescer à medida que a população do país cresce, e este é um ponto muito importante a se notar, pois o consumo per capita de recursos aumentou dramaticamente.
Quando você soma tudo isso, tem um quadro sombrio: conforme a população cresce, há menos água por pessoa. Enquanto isso, o buraco entre ricos e pobres se alarga, e os ricos demandam mais recursos para acomodar seu estilo de vida. Inevitavelmente, eles vão comandar a água e outros recursos dos pobres. Com toda a probabilidade, isso levará a desafios, e talvez conflito de classes.
4 – ENERGIA FUTURA
Atualmente, não há energia suficiente para ser extraída de fontes conhecidas de combustíveis fósseis para sustentar 10
bilhões de pessoas. Isto significa que os seres humanos serão obrigados a recorrer a uma nova fonte de energia antes do final do século. No entanto, é um mistério qual será essa nova fonte.
bilhões de pessoas. Isto significa que os seres humanos serão obrigados a recorrer a uma nova fonte de energia antes do final do século. No entanto, é um mistério qual será essa nova fonte.
Nenhuma tecnologia está completamente pronta para resolver o problema da energia. Sabemos que há uma abundância de energia solar, nuclear, no carbono, e outras fontes, para provavelmente 100 ou 200 anos. Mas todas elas ainda têm algum problema: eficiência, custo, etc.
Muitos especialistas estão otimistas de que as tecnologias podem ser desenvolvidas para resolver nossos problemas, mas outros acham que não temos as estruturas sociais que nos permitem empregar estas tecnologias.
Em suma, o futuro irá corresponder a uma destas duas imagens: ou alguma forma nova e superior de extração de energia (tais como painéis solares altamente eficientes) será generalizada, ou a tecnologia e sua implementação irão falhar, e a humanidade terá de enfrentar uma grande crise de energia.
5 – EXTINÇÕES EM MASSA
Conforme os seres humanos se espalham, deixam pouco espaço ou recursos escassos para outras espécies. Há boas evidências de que estamos na sexta extinção de espécies em massa da história do planeta, por causa da incrível quantidade de produção primária que tomamos por sermos uma espécie de 7 bilhões de indivíduos
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