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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Brasil cede empate no fim e entrega o ouro nos pênaltis


Equipe não joga bem, sofre gol do Canadá aos 43 do 2º tempo e, com cobranças desperdiçadas por Grazi e Debinha, fica com a prata

Com um time sem as principais estrelas, Marta e Cristiane, e repleto de veteranas, como Tânia, Formiga e Andreia Santos, teve tudo para conquistar o tricampeonato no Pan de Guadalajara, mas deixou o ouro escapar. O Canadá, que até os 43 minutos perdia por 1 a 0, empatou a partida após as brasileiras desperdiçarem chances incríveis no Estádio Omnilife. Nos pênaltis, as canadenses foram mais eficientes e impediram pela primeira vez o título brasileiro, que venceu todas as edições do Pan das quais participou (2003 e 2007). O futebol feminino faz parte do programa pan-americano desde Winnipeg, em 1999. Grazielle e Debinha desperdiçaram as cobranças que deram o título ao Canadá por 4 a 3.
O Brasil começou a final sendo pressionado pelo Canadá, que forçava o jogo pelos flancos. Erros infantis de passe e domínio de bola chegaram a arrancar vaias, mas era só o tempo de aquecer. Logo aos três minutos, um petardo de Debinha da intermediária foi no ângulo e não deu chances à goleira canadense Karina Le Blanc: 1 a 0.
Débora lamenta o pênalti perdido e o Brasil ficou com a prata - Foto: Vipcomm
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O Canadá conseguia se aproximar da área brasileira sem muita dificuldade, mas parecia não saber o que fazer com a bola dali para frente, pecando no último passe, sem forçar a goleira Bárbara a trabalhar. Tirando um ou outro lance de efeito das brasileiras, a tônica do jogo eram os erros de passe, como o que Kelly Parker não conseguiu alcançar, aos 11 minutos. Livre na área, teria boa possibilidade de empatar. Dois minutos depois, mais bagunça na área brasileira. A bola sobrou para Katrina Julien, que por pouco não igualou o placar.
A melhor chance canadense aconteceu aos 19 minutos. Lauren Sesselmann aproveitou a avenida do lado direito da defesa brasileira e cruzou para a área. Katrina Leblanc não conseguiu finalizar e Margaret Sinclar, livre, à frente da pequena área, bateu muito mal e isolou o que seria o gol de empate.
Brasil sem criatividade
Sem um meio de campo eficiente, o Brasil não ameaçava. Aos 33 minutos, Sesselmann de novo passou como quis por Maurine e concluiu rasteiro, para boa defesa de Bárbara. A torcida mexicana, que inicialmente parecia torcer para as brasileiras, começou a aplaudir as canadenses. Mas a equipe de vermelho também não ajudava. Aos 41, Sinclair tocou com açúcar para Kaylyn Kyle, que deu um peteleco sem direção. Um final apropriado para um primeiro tempo com apenas um instante de brilho.
O Brasil voltou para a segunda etapa sem alterações nos nomes e na forma de jogar. Ainda sem conseguir uma boa troca de passes, o time de amarelo pelo menos pareceu retornar mais disposto a atacar, o que não fez em boa parte do primeiro tempo. Aos 11 minutos, a primeira chance em falta despretensiosa que quase surpreendeu a goleira brasileira.
No primeiro chute brasileiro de dentro da área no jogo, aos 23 minutos, Debinha deixou Thaisinha livre para fuzilar, mas ela bateu em cima da goleira canadense, que espalmou. No escanteio, Maurine assustou em cobrança com efeito. Três minutos de pois, por pouco Debinha não surpreende Le Blanc. Aos 29 minutos, nova bobeira da zaga brasileira e Sinclair bateu firme, mas houve desvio. Em seguida, Thaisinha achou Debinha, que avançou demais e rolou para Maurine aparecer de surpresa, finalizando em cima de Le Blanc.
Foto: Vipcomm
Brasileiras recebem a medalha de prata
Desperdício de chances é punido no fim
Como de praxe, o Brasil passou a jogar no contra-ataque nos minutos finais, e curiosamente, com diversas jogadores sem passar da linha central, ameaçou mais. Depois do gol incrível perdido por Debinha aos 42 minutos, quando finalizou duas vezes e, na segunda, sem goleiro, mandou para fora, a bola puniu. Sinclair, de cabeça, empatou a partida aos 43 minutos, forçando uma prorrogação. A esta altura, o time do Brasil recebia sonoras vaias no Omnilife.
Na prorrogação, o Brasil, que no intervalo aparentava maior cansaço, voltou com maior ímpeto ofensivo. Com duas alterações a fazer, já que apenas uma substituição foi feita no time brasileiro no tempo regulamentar (Ketlen no lugar de Rosana), o técnico Kleiton Lima optou por continuar com as jogadoras que já estavam em campo. O primeiro lance de real perigo foi do Canadá, aos oito minutos, mas Bárbara conseguiu se antecipar à Christine Julien, que aparecia na pequena área para finalizar.
No início da segunda etapa, saiu Thaisinha para a entrada de Grazielle. Pouco mudou. Atacando de forma desordenada, sem saber o que fazer com a bola, o Brasil ficava exposto aos contra-ataques do Canadá, que trocava passes com mais eficiência. Aos três minutos, por pouco uma bola vadia não acha a cabeça de Julien. Em contra-ataque, Sinclair teve a chance de matar a partida aos cinco minutos. Avançou livre e bateu fraco, para boa defesa de Bárbara. A melhor chance brasileira veio no ótimo lançamento de Francielle para Ketlen, que avançou livre mas finalizou mal. Na base do bico para frente, a decisão foi para os pênaltis.
Nas cobranças, o Brasil parou nos erros de Grazielle e Debinha. O Canadá perdeu apenas uma cobrança, com Margaret Chapman batendo na trave. Uma punição implacável para quem teve tudo para vencer, mas não soube aproveitar.

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