O ditador deposto líbio Muammar Kadafi afirmou que permanece na Líbia e que deseja morrer como "mártir", informa o site da Allibiya, a emissora de televisão estatal do antigo regime. "Há heróis que resistiran e caíram como mártires e nós também esperaramos o martírio", disse Kadafi em um discurso transmitido por uma rádio local em Bani Walid, um de seus últimos redutos, segundo uma transcrição divulgada pelo site.
Kadhafi falou para partidários de Warfala, uma das tribos mais importantes do país, que há semanas combatem as tropas do novo regime em Bani Walid, que fica 170 km ao sudeste de Trípoli. "Através de vossa jihad, estão reeditando as façanhas de vossos antepassados. Saibam que estou no campo de batalha como vocês", disse Kadafi, cujo paradeiro é desconhecido. "Estão mentindo quando afirmam que Kadafi está na Venezuela ou em Níger. Estou com meu povo e nos próximos dias acontecerá um golpe inesperado contra este grupo", advertiu.
Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli
Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civilque cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.
A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque. Na dia 23 de agosto, os rebeldes invadiram e tomaram o complexo de Bab al-Aziziya, em que acreditava-se que Kadafi e seus filhos estariam se refugiando, mas não encontraram sinais de seu paradeiro. De acordo com o CNT, mais de 20 mil pessoas morreram desde o início da insurreição.
Forças do Conselho Nacional de Transição entraram em Sirte, cidade-natal do líder deposto Muammar Kadafi
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