Notícias de uma ampliação no fundo de resgate da zona do euro impulsionavam os mercados de ações nesta terça-feira, mas complicavam o debate na Alemanha, onde a chanceler Angela Merkel luta para conseguir apoio da coalizão para ajudar as economias mais fracas e os bancos da Europa. As bolsas de valores europeias subiam pelo segundo dia consecutivo, por expectativas de que as autoridades do continente estejam preparando uma ação mais decisiva para combater a crise de dívida, por meio da alavancagem do fundo de resgate de 440 bilhões de euros.
Na tentativa de acalmar os nervos dos parlamentares da coalizão de centro-direita, o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schaeuble, viu-se obrigado a negar a existência de planos para aumento o fundo. O Parlamento vota na quinta-feira sobre o acordo que a União Europeia fechou em julho para ampliar o escopo do fundo atual. "Nós não planejamos aumentá-lo", afirmou Schaeuble.A fala do ministro não aborda diretamente a questão de se o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF) poderá ser alavancado para levantar mais capital e impedir o espalhamento da crise da Grécia para Itália e Espanha, que são a terceira e a quarta maior economia da Europa, respectivamente.A alavancagem do fundo para tomar emprestado mais dinheiro e financiar medidas anticrise não exige um aumento de seu tamanho, mas críticos dizem que isso pode aumentar o encargo sobre o contribuinte alemão. Alguns parlamentares temem que as autoridades da União Europeia só estejam esperando a aprovação do aumento atual antes de levar adiante planos de um aumento maior.O ministro francês de Finanças, François Baroin, deixou claro que há razões táticas para evitar discutir como ampliar o poder financeiro do fundo antes da decisão alemã. Questionado durante um jantar em Paris sobre se há necessidade de aumentar o EFSF, Baroin disse: "Está fora de questão inferir, três dias antes da votação no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão), a questão de se nós deveríamos aumentar o fundo... Não vamos abrir a caixa de Pandora em algo que seja um sinal de desafio para a Alemanha". A situação do fundo deve evoluir, mas é prematuro dizer se ele pode funcionar "como um fundo de ações com efeito de alavancagem", disse.Merkel tem feito um lobby intenso com os parlamentares para garantir que o governo vença com sua própria maioria, sem ter de depender da oposição de centro-esquerda, o que poderia desestabilizar a coalizão e minar severamente sua autoridade. A chanceler se reúne com o premiê da Grécia, George Papandreou, na tarde desta terça-feira.O Parlamento grego deve aprovar mais tarde um novo e impopular imposto sobre imóveis, uma das medidas de austeridade adicionais que o governo está adotando para cobrir o buraco no Orçamento segundo as exigências da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na tentativa de acalmar os nervos dos parlamentares da coalizão de centro-direita, o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schaeuble, viu-se obrigado a negar a existência de planos para aumento o fundo. O Parlamento vota na quinta-feira sobre o acordo que a União Europeia fechou em julho para ampliar o escopo do fundo atual. "Nós não planejamos aumentá-lo", afirmou Schaeuble.A fala do ministro não aborda diretamente a questão de se o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF) poderá ser alavancado para levantar mais capital e impedir o espalhamento da crise da Grécia para Itália e Espanha, que são a terceira e a quarta maior economia da Europa, respectivamente.A alavancagem do fundo para tomar emprestado mais dinheiro e financiar medidas anticrise não exige um aumento de seu tamanho, mas críticos dizem que isso pode aumentar o encargo sobre o contribuinte alemão. Alguns parlamentares temem que as autoridades da União Europeia só estejam esperando a aprovação do aumento atual antes de levar adiante planos de um aumento maior.O ministro francês de Finanças, François Baroin, deixou claro que há razões táticas para evitar discutir como ampliar o poder financeiro do fundo antes da decisão alemã. Questionado durante um jantar em Paris sobre se há necessidade de aumentar o EFSF, Baroin disse: "Está fora de questão inferir, três dias antes da votação no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão), a questão de se nós deveríamos aumentar o fundo... Não vamos abrir a caixa de Pandora em algo que seja um sinal de desafio para a Alemanha". A situação do fundo deve evoluir, mas é prematuro dizer se ele pode funcionar "como um fundo de ações com efeito de alavancagem", disse.Merkel tem feito um lobby intenso com os parlamentares para garantir que o governo vença com sua própria maioria, sem ter de depender da oposição de centro-esquerda, o que poderia desestabilizar a coalizão e minar severamente sua autoridade. A chanceler se reúne com o premiê da Grécia, George Papandreou, na tarde desta terça-feira.O Parlamento grego deve aprovar mais tarde um novo e impopular imposto sobre imóveis, uma das medidas de austeridade adicionais que o governo está adotando para cobrir o buraco no Orçamento segundo as exigências da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Entenda
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.
A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.Um fundo de ajuda foi criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Contudo, para ter acesso aos pacotes de resgates, as nações precisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) - no último dia 16 de maio. Na ocasião, o Tesouro usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O governo, então, passou por um longo período de negociações para elevar o teto. O acordo veio só perto do final do prazo (2 de agosto) para evitar uma moratória e prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões). Mesmo assim, a agência Standard & Poor's retirou a nota máxima (AAA) da dívida americana.No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.
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