Anwar al-Awlaki era apontado como o maior ideólogo da entidade no Oriente Médio
“A morte de Awlaki é outro marco significativo no esforço mais amplo para derrotar a Al-Qaeda e seus braços”, disse.
O presidente americano teria ordenado pessoalmente a morte de Awlaki
O Iêmen é o país árabe mais pobre e o governo enfrenta um levante popular
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que a morte do clérigo islâmico radical Anwar al-Awlaki, divulgada nesta sexta-feira pelo governo do Iêmen, representa um duro golpe contra a rede extremista Al-Qaeda.
“A morte de Awlaki é um grande golpe contra um dos braços mais ativos da Al-Qaeda.”, disse Obama, que afirmou que como líder da Al-Qaeda na Península Arábica, ele planejou e dirigiu esforços para matar americanos.
“A morte de Awlaki é outro marco significativo no esforço mais amplo para derrotar a Al-Qaeda e seus braços”, disse.
Segundo o presidente americano, Awlaki dirigiu a tentativa frustrada de explodir um avião que seguia para Detroit no Natal de 2009 e estava envolvido em uma tentativa também frustrada de explodir aviões de carga americanos em 2010.
De acordo com o analista para assuntos de segurança da BBC Frank Gardner, "Anwar al-Awlaki era possivelmente o clérigo e ideólogo da Al-Qaeda mais influente no Oriente Médio”.
“(Ele) era muito prolífico e parecia estar constantemente envolvido em projetos", diz Gardner.
O analista afirma que o religioso, nascido nos EUA, "era carismático e falava inglês fluente.
“Deve ser difícil para a Al-Qaeda substituí-lo", disse.
Segundo Gardner, Awlaki, foi considerado a inspiração para o major do Exército americano Nidal Hassan matar colegas no Forte Hood, no Texas, em 2009 .
"Usando a internet e uma revista online chama Inspire, Awlaki estimulava seus seguidores a atacar alvos ocidentais", disse.
O analista da BBC Gordon Corera afirma que o assassinato é significativo porque o uso por parte de Awlaki das mídias modernas significa que ele podia alcançar e inspirar pessoas suscetíveis a radicalização.
O anúncio da morte de Awlaki foi feito pelo ministro da Defesa iemenita e confirmado por integrantes do governo americano.
Embora tenha nascido em solo americano, ele tinha ascendência iemenita e viva foragido no Iêmen desde dezembro de 2007.
Os EUA o classificavam como um "terrorista global" por sua suposta participação em uma série de ataques e o presidente americano, Barack Obama, teria ordenado pessoalmente seu assassinato.
Fontes da região tribal iemenita ouvidas pela agência de notícias AFP afirmam que ele foi morto por um ataque aéreo na Província de Marib, considerada um
reduto da Al-Qaeda.
Importância
Awlaki é descrito por integrantes do governo americano como "o chefe de operações externas" da Al-Qaeda na Península Arábica.
A entidade nasceu em janeiro de 2009 de uma fusão entre a Al-Qaeda na Arábia Saudita e a iemenita. Ela é liderada pelo ex-auxiliar de Osama Bin Laden Nasser al-Wuhayshi e o vice da organização é Said al-Shihri, um ex-detento da Baía de Guantánamo.
Os objetivos declarados da organização são derrubar a monarquia saudita, o governo iemenita e estabelecer um califado islâmico. O grupo ganhou fama com os ataques em Riad (2003) e contra a embaixada americana em Sanaa (2008).
A entidade afirma estar por trás de uma tentativa de explodir um avião de passageiros americano em dezembro de 2009, ataque no qual Awalaki teria tido "papel decisivo".
Ele também é suspeito de ligações com uma série de ataques como os pacotes com explosivos enviados a aviões de carga americanos em 2010 e uma tentativa fracassada de explosão na Times Square de Nova York no
mesmo ano.
Quando era imã de uma mesquita em San Diego, na década de 1990, seus sermões foram ouvidos por dois futuros autores dos ataques de 11 de setembro de 2001.
A notícia de sua morte ocorre no momento em que o EUA se preocupam com a capacidade do Iêmen de combater a Al-Qaeda por causa da crise política que o país atravessa.
O presidente Abdulah Saleh, há 33 anos no poder, enfrenta uma insurreição armada de parte do Exército, além de protestos generalizados contra seu governo, como parte dos levantes batizados de "primavera árabe".
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